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Selecionar ou ser selecionado? Desafios do processo de seleção de educadores para Educação infantil



A seleção de um novo educador(a) para as escolas de Educação Infantil nem sempre é uma tarefa fácil, tanto para os gestores da escola, quanto para os próprios educadores. Ao ouvir os educadores, seja pessoalmente ou então acompanhar seus posts em redes sociais, percebemos que muitos não conhecem os melhores caminhos para se encontrar um bom lugar para trabalhar, outros têm dificuldades de obter retornos das escolas para as quais se candidatam e muitos parecem não saber muito bem em qual lugar gostariam de atuar e como se apresentar nesses locais.


Por sua vez, quando conversamos com os gestores sobre esses momentos ou mesmo participamos desses processos, percebemos o quanto chegar a uma escolha pode ser uma tarefa complexa. Muitas seleções acabam sendo frustrantes em algumas escolas, por não encontrarem pessoas com o perfil desejado, ou então porque a pessoa contratada, que deveria chegar na equipe para agregar, acaba contribuindo pouco. Processos de seleção realizados de forma inadequada poderão ocasionar sérios problemas no andamento do trabalho futuramente.


Algumas pessoas podem dizer: Não basta somente fazer uma entrevista e escolher a melhor? E nós respondemos que sim. Mas como conduzir essas entrevistas e como saber quem é a melhor pessoa para cada escola? O melhor candidato(a), a pessoa com mais conhecimento, com mais experiência necessariamente está alinhada com a concepção da escola? Seria de fato a melhor pessoa para essa escola?


Não são todos os gestores(as) que pensam em uma sistemática na hora da seleção dos educadores(as), mas ressaltamos que ter um planejamento para esse momento é muito importante para que a avaliação seja o mais adequada possível.


Para isso, o primeiro passo é ter claro quais concepções estão por trás do atendimento que a escola realiza às crianças e suas famílias. Em qual Educação Infantil a escola acredita? Dentro dessa concepção, o que se espera do educador? Essas são perguntas que devem nortear a construção de um perfil profissional desejado, para além de critérios pontuais como disponibilidade de horário, local onde mora, tipo de formação e anos de experiência. A partir disso é necessário criar ferramentas para encontrar o profissional que se alinhe com o que se acredita, evitando que várias escolas/concepções diferentes e incompatíveis convivam dentro de uma mesma instituição, algo que não é raro acontecer.


Em uma escola onde Ana Paula Machado, psicóloga escolar parceira da Zelo, atua, o processo de recrutamento e seleção de profissionais foi sendo adaptado ao longo de tempo, de modo a alinhá-lo ao que desejam dos educadores, desenvolvendo ferramentas para os conhecerem melhor. Tarefa fácil? Nenhum pouco, conseguir fazer um planejamento para conhecer pessoas e seus perfis não é algo fácil.


Nas experiências da psicóloga pelas escolas já presenciou entrevistas que abordavam somete informações burocráticas. Local de moradia para saber se a pessoa teria facilidade de chegar até a escola, se possuía filhos e com quem ficavam, para saber se isso não seria um problema na sua assiduidade. Identificou-se? Não tem problema. Muitos gestores se identificam com essas questões, que podem também fazer parte da entrevista, mas não serem as únicas e nem as mais importantes, pois temos certeza que você deseja mais do que assiduidade para a sua escola, não é?


Agora você, gestor, pode estar perguntando: O que se deve fazer então nesse processo?

Montamos para vocês algumas sugestões, que não são as únicas, mas podem auxiliar a organizar a sua seleção de acordo com o que a sua escola precisa:


1° Tenha claro a concepção da sua escola (O que você acredita para a infância? Qual o tipo de atendimento que você deseja para essas crianças e suas famílias?)


2° Crie junto com sua equipe gestora um perfil que se alinhe com a sua concepção (O que esse profissional precisa saber? Quais experiências eu quero que ele tenha? Como esse profissional vê as infâncias?) — Essas questões podem ser investigadas através de uma entrevista individual e também com tarefas escritas ou com outras linguagens, que são uma boa pedida para identificarmos essas questões.


3º Além do perfil, teremos algumas questões que serão sempre importantes em uma escola (Como esse profissional se relaciona em grupo? Como resolve conflitos?) — Caso for avaliar isso, terá que fazer dinâmica em grupo para poder perceber essas relações e resoluções de conflitos.


4° Tendo isso claro, hora de montar o seu processo. Você poderá montar em etapas de mais de um dia ou em apenas uma etapa, conforme o tempo que tem para a entrada desse profissional.


Mas para você, educador, que participa de uma seleção, o que é mais importante? Na verdade, a lógica é a mesma. Entendemos que também o educador escolhe a escola e não é somente escolhido por ela. É fundamental que você reflita sobre diversos critérios no momento de participar de uma seleção. Obviamente que questões como salário, distância da escola em relação à sua casa, carga horária, benefícios são muito importantes e devem ser considerados. Mas você também precisa refletir sobre qual concepção de Educação Infantil acredita e tentar buscar um espaço que lhe permita fazer essa construção. Não significa que a escola precisa estar pronta, mas que se mostre aberta a acolher suas ideias e anseios como profissional. Isso certamente é um diferencial e demostra compromisso ético com a profissão.


Autoras:


Ana Paula Machado - Psicóloga Escolar, Mestre em Educação pela PUCRS e parceria da Zelo Consultoria.


Gabriela Dal Forno Martins - Diretora da Zelo Consultoria, Doutora em Psicologia.

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